PROGRAMA 2000 - 2006
O texto que se segue
faz parte de um documento com o nome "Uma Perspectiva
para o Futuro 2000-2006". Se pretender ler esse documento
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A evolução observada ao longo da última década e
meia, mostra uma tendência para a diminuição de oportunidades de pesca em águas
internacionais ou de Países terceiros, face a uma acentuada degradação dos principais
pesqueiros e de parte significativa dos recursos com maior interesse comercial ou que,
pela sua abundância, têm servido de suporte ao exercício da pesca.
Em consequência, é cada vez mais evidente a ideia
de que, para além do médio prazo, o futuro do sector pesqueiro português irá depender,
cada vez mais, de:
Uma efectiva e mais correcta
gestão dos recursos e do meio marinho nas nossas águas de jurisdição. Embora a pesca,
continue sempre a desempenhar um papel importante, dificilmente se poderá esperar a
continuidade de um processo de crescimento, tal como se viu há duas ou três décadas
atrás. Tenderá antes para um certo nivelamento de produção a prazo já não distante,
em consequência de um equilíbrio, necessariamente variável ao longo do tempo, entre os
conceitos de "crescimento" económico e produtividade natural.
Fomento da aquicultura em bases
sólidas. A maricultura constituirá previsivelmente o motor e suporte do desejado
incremento da produção aquícola. O seu avanço pressupõe um acréscimo substancial de
conhecimento e experiência, para além de uma sensível progressão tecnológica, dada a
especificidade do meio marinho e as suas condicionantes. A evolução neste domínio, em
particular para além da estreita faixa costeira, deve ser encarada seriamente e sem
tibieza numa perspectiva de largo prazo
Recursos alternativos e
inovação tecnológica. As potencialidades oferecidas pelos oceanos e mares não se
limitam, apenas, às fórmulas já conhecidas e mais ou menos tradicionais de exploração
dos recursos vivos marinhos. Outras existem que começam a polarizar maiores atenções,
como são os casos de novos produtos alimentares ou o aproveitamento para fins não
alimentares, seja no domínio da farmacologia ou da medicina. A biologia molecular e a
biotecnologia são exemplos de campos com real interesse estratégico para a
investigação, mesmo quando se trate de uma área sectorial, como é esta em que nos
encontramos.
Capacidade organizativa e
conquista de conhecimentos. Questão diferente, mas não menos relevante, é a que se
relaciona com o robustecimento e consolidação da capacidade científica e técnica no
domínio da investigação sectorial, circunstância naturalmente agravada ao longo do
tempo pela dimensão dos quadros por sucessivas mudanças de objectivos e critérios.
Não se deverá, pois, estranhar que, atentas as
razões apontadas, este Instituto, no limiar de um novo século, se prepare para alargar a
sua área de actuação, não descurando, obviamente, domínios mais tradicionais (antes
melhorando o conhecimento e preparando melhores instrumentos de actuação, como será o
caso da avaliação da condição dos recursos e medidas técnicas a aplicar), mas
avançando, sem tibieza, para outras áreas, ainda que não convencionais numa óptica
estritamente sectorial.
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